sábado, 20 de março de 2010

Amor


Amor não se deduz, não se explica...simplesmente se pratica.

Eu sei, você sabe, qualquer pessoa mediamente inteligente sabe, que o homem foi criado para amar e ser amado. E é preciso estar muito ferido e machucado por dentro para negar que o amor exista ou seja possível. No geral e no comum, as pessoas aceitam e procuram o amor, acreditando nele e sentindo sua presença inegável ao seu redor. A graça de uma criança, o carinho de um filho, a meiguice dos pais, o beijo em família, o riso e as lágrimas de emoção, o perdão, a paciência de quem ensina pela centésima vez, um carinho, um silêncio de quem entende...Há tantas coisas apontando em direção ao amor, que só a cegueira de quem está enfermo e ferido negaria tal mistério.

Dom inexplicável da vida, é nela que o amor emerge como parcela do infinito. Mil definições não seriam o bastante para trazer mais perto de nossa compreensão este mistério tão acessível e contudo tão inexplicável. O homem nasce, cresce, vive e morre buscando amar e ser amado, e durante este percurso consegue apenas assimilar, se tanto consegue, porque definir e explicar o que seja o amor? ninguém jamais conseguiu em plenitude. Nem Sócrates, nem Tómas de Aquino, nem Platão, nem Aristóteles, nem Pascal, nem Maritain, nem sábio algum definiu a contento o que é este sentimento profundamente divino e profundamente humano que está em cada ser pensante que vem a este mundo. O único que poderia dar tal definição satisfatória não se ocupou disso.

Se lhe perguntassem qual o gosto de uma laranja, você conseguiria descrevê-lo? Se lhe perguntassem qual o som de um violino, você conseguiria explica-lo por escrito? Se lhe pedisse para mostrar o perfume de uma rosa, você teria condições de fazê-lo? Então, não tem também condições de definir ou explicar este sentimento que se chama amor.